Grandes Construções

Nada melhor estudar o passado para poder compreender o futuro, pois a quanto mais se estuda mais se surpreende.

Conhecimento e Filosofia

Grandes estudos baseados na historia do dia a dia, entre povos e culturas, mitos que ja foram descobertos que ainda não tem aceitação na comunidade.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Feudalismo na Idade Média

Sociedade feudal:

A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
 

Economia feudal:

A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.
Uma das maiores histórias de conquistas podem ser relembrada por muito tempo.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A divisão das terras feudais

Para organizar a exploração das terras no feudo, senhores feudais e servos utilizavam uma série de critérios organizacionais. Essas formas de organização facilitavam o controle sobre a rotina dos servos e a regulamentação das várias taxas impostas sobre a produção agrícola. De fato, sem o emprego desses critérios, a delimitação do uso das propriedades seria um tanto quando mais complicado.

Geralmente, as terras eram dividas em três categorias elementares: o manso senhorial, o manso servil e o manso comunal. O manso senhorial correspondia à metade das terras cultiváveis em todo o feudo. Os alimentos ali produzidos eram integralmente repassados ao dono das terras e o servo tinha a obrigação de dedicar entre três a quatro dias da semana ao cultivo destes terrenos.

Logo abaixo, temos a demarcação do manso servil. Do ponto de vista legal, a posse do manso servil tinha natureza dupla: uma posse legal, pertencente ao senhor do feudo; e uma posse útil estabelecida pelo servo. Por meio do uso dessas terras o servo retirava a produção necessária para a obtenção de seu sustento e o pagamento dos vários tributos e obrigações exigidos pelo senhor feudal.

O manso comunal era compreendido como todos os terrenos da propriedade que poderiam ser utilizados concomitantemente pelo senhor feudal e os seus servos. Na maioria das vezes, o manso comunal correspondia aos bosques e pastos onde poderia ser feita a criação de animais, o recolhimento de alimentos silvestres, a caça e a obtenção de lenha.

Observando esse processo de divisão de terras, podemos notar claramente que o senhor feudal tinha controle sobre a grande parte da produção agrícola. Além de contar com toda a riqueza gerada em seu manso, ainda extraía uma porção dos produtos do manso servil sob a forma de imposto. Dessa forma, é possível compreender que as relações servis eram cingidas pelo signo da desigualdade.
Um grande conto historico que foi bastante marcante.

domingo, 8 de julho de 2012

Abolição da Escravatura

Durante a era mercantilista, a colonização do continente americano esteve sistematicamente aliada à exploração da mão de obra escrava. Além de baratear sensivelmente o custo na obtenção de matéria prima, a escravidão também foi uma lucrativa atividade que interligava as Américas ao território africano. Contudo, quando alcançamos o século XIX, percebemos que essa modalidade acabou sendo sistematicamente combatida em diversos lugares.

Sob a perspectiva ideológica, percebemos que o movimento iluminista e o liberalismo foram sérios críticos do escravismo. Logicamente, ao defenderem a liberdade como um direito acessível a todos os homens, os pensadores destes movimentos apontavam a escravidão como um inegável signo de barbárie. Não por acaso, observamos que durante a Revolução Francesa, os jacobinos determinaram o fim da escravidão nas colônias francesas na América.

Contudo, apesar de suas prerrogativas ideológicas, não podemos ignorar que o sistema escravista também entrou em desuso por conta de significativas transformações econômicas. O desenvolvimento do capitalismo industrial empreendeu uma nova lógica comercial avessa ao escravismo. Buscando sempre a ampliação de lucros e mercados, as nações industrializadas percebiam que a manutenção de uma população escrava reduzia seriamente o número de consumidores.

Na condição de pioneiros do capitalismo industrial, os ingleses não pouparam esforços para que a escravidão fosse logo substituída pelo trabalho assalariado. Nesse sentido, o Parlamento Britânico aprovou a chamada lei Bill Aberdeen, em 1845. Tendo caráter visivelmente autoritário, esta lei autorizava as embarcações britânicas prenderem qualquer navio negreiro que fosse pego transportando escravos ao longo do Oceano Atlântico.

O Brasil, uma das nações que ainda preservavam o trabalho escravo, acabou se vendo forçado a buscar alternativas na obtenção de mão de obra. Dessa forma, os grandes proprietários de terra optaram pela contratação de imigrantes europeus. Nos Estados Unidos, o dilema da escravidão acabou sendo um dos motivos para divisão política entre os estados do Norte e do Sul. A contenda só foi resolvida definitivamente com a realização de uma sangrenta guerra civil..
Um grande fato que aconteceu a decadas atras, porem que até a data de hoje temos marcas do acontecido.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Feiras medievais

A partir do renascimento comercial e urbano no século XI, começou na Europa  uma transformação na economia, na vida social e principalmente na paisagem urbana. O artesanato se constituiu como principal meio de produção de mercadorias. As feiras, criadas pelos mercadores, destacaram-se como importantes entrepostos comerciais e como centro do desenvolvimento urbano.

Os mercadores, principais responsáveis pelas atividades comerciais, deslocavam-se de uma região para outra negociando suas mercadorias. Foram eles que exerceram inicialmente as atividades bancárias, transformando-se em ricos e poderosos homens. As atividades comerciais desenvolvidas pelos mercadores eram realizadas quase sempre nas cercanias das cidades, muitas vezes nas beiras de estradas.

As feiras eram geralmente realizadas nos burgos (núcleos populacionais que surgiram nas cercanias dos castelos). Nessa época, os núcleos urbanos se ampliaram e novos muros foram construídos para abrigar a expansão urbana e para proteger as atividades comerciais que eram realizadas nos burgos, centro da vida social europeia.

As principais feiras ficavam nas regiões do Champanha, na França, na atual Itália (Gênova e Veneza) e em Flanders (atual Bélgica). Inicialmente as feiras exerciam atividades comerciais mais locais, mas com o passar do tempo elas se tornaram amplos espaços de negócios, recebendo e comercializando produtos de diferentes regiões da Europa, África e Ásia.

O desenvolvimento das atividades comerciais nas feiras foi fundamental para a introdução da moeda como base de troca (compra e venda) de mercadorias. Como as feiras passaram a exercer o intercâmbio entre os diferentes lugares do continente europeu e do mundo, diferentes moedas eram utilizadas nas negociações.

A partir de tal momento surgiu uma nova atividade proporcionada pelo comércio das feiras: os cambistas, comerciantes que se especializaram na troca de diferentes moedas. Eles exerceram importante papel para o desenvolvimento comercial, pois os bancos e banqueiros surgiram a partir dessa atividade cambista de troca de moedas. Criaram-se novos sistemas de pagamentos, como letras de feira e letras de câmbio.

Com a internacionalização das atividades comerciais que as feiras propiciaram, iniciou-se o desenvolvimento de um novo sistema de administração comercial, que utilizava taxas de juros e métodos matemáticos, como o sistema decimal. Essas inovações levaram a uma racionalização das atividades comerciais e foram fundamentais para o início do sistema capitalista racional: as taxas, os juros, o capital, os bancos e os lucros.
Nada não se compara com as feiras atuais de hoje em dia, porem com o conteudo bastante vasto.

domingo, 27 de maio de 2012

Era dos Heráclitos



Heráclito era uma figura e tanto, filho de nobres fundadores da cidade de Éfeso, tinha uma personalidade conhecidamente melancólica. Publicamente desprezava os poetas, filósofos, religiosos e cientistas de sua época.

Deixou-nos duas lições que considero de grande importância, a primeira tem a ver com sua obra. Mesmo sem ter sido mestre, escreveu um livro sobre a Natureza, todo em prosa e no dialeto jônico, livro este, de extrema concisão, e graças a ele recebeu o nome de Skoteinós, que significa o Obscuro. Heráclito era o filósofo do movimento, da mudança. Dizia ele que tudo flui, nada permanece o mesmo. E que não poderíamos nos banhar duas vezes no mesmo rio, por que ao entrarmos novamente nele, é certo que o rio não será mais o mesmo e nem nós o seremos.

A segunda lição tem a ver com sua vida, pois, era extremamente orgulhoso e ridicularizava os médicos, vivia fazendo charadas para os outros como forma de expor suas fragilidades intelectuais. Comportamento este pouco sociável, não é à toa que vivia isolado nas montanhas se alimentando de plantas e ervas. Conta-se que no final de sua vida, adquiriu uma doença na pele e foi à cidade na tentativa de tratá-la com um médico. Mas, em todas as consultas que fez com todos os médicos que tentou, ele só dizia charadas e frases enigmáticas, a ponto de nenhum deles tê-lo entendido. Frustrado, enterrou-se num monte de estrume acreditando que assim seria curado. Morreu ali mesmo. Seu corpo ficou em estado tão deplorável, que foi enterrado no mesmo local, nas mesmas condições que fora encontrado.

Hoje, em nossa vida, nos deparamos com muitos Heráclitos, seja no ambiente pessoal, seja no ambiente corporativo. Isso, quando nós mesmos não o somos. Sempre tem aquela pessoa que nos enche de perguntas e quando são questionadas, rebatem com uma pergunta que geralmente dispersa o foco da conversa, ainda que na cabeça dela, isso tenha algum sentido.

Um amigo de trabalho me falava há pouco tempo, sobre responsividade. Pois para mim, responsividade é isso, é não ser “heraclitiano”, pois se ele tivesse sido responsivo, não teria acabado do jeito que acabou. Heráclito era reconhecidamente inteligente, mas na falta de importantes qualidades pessoais, toda a sua inteligência não foi suficiente para impedir que ele acabasse, literalmente, na m... (com o perdão da grosseria).

Empédocles



Por volta do ano de 492 a. C., na cidade de Agrigento, nasceu Empédocles, um homem que certamente possuía muitas virtudes: foi médico, dramaturgo, político, poeta e filósofo.
Com uma escrita que visava encantar e convencer emocionalmente, Empédocles expressou em belos versos o seu modo de pensar bem como seu conhecimento sobre a Natureza e sobre religião.
Retomando as discussões dos primeiros filósofos, Empédocles concordava que a Natureza possuía uma só origem, mas inovou ao pensar essa origem não apenas derivada de um princípio único, mas sim composta de quatro raízes fundamentais: terra, fogo, ar e água.
Segundo Empédocles, era a partir da reunião e separação desses elementos que todas as coisas surgiam. O DEVIR ou movimento e transformação, geração e corrupção das coisas, surgimento e desaparecimento delas, devem-se à mistura desses elementos distribuídos em várias proporções. O que caracterizava cada ser era a predominância de um ou outro destes elementos, sendo que um nunca se transforma no outro, mas somente se distribuem diferentemente nos seres.
No entanto, mesmo considerando os quatro elementos fundamentais que sempre permanecem em todas as transformações, a causa que provocava a reunião ou separação destes elementos era extrínseca a eles: conforme Empédocles, o Amor e o Ódio são os dois elementos universais que proporcionam o movimento de reunião e separação das substâncias.
Empédocles deve ter percebido que amor e ódio aproximam e afastam os seres humanos e por isso elevou-os à categoria de forças antagônicas cósmicas capazes de realizar o processo de atração e repulsão. Para nosso filósofo, os opostos não se atraem, mas pelo contrário, o semelhante atrai o semelhante e o dessemelhante repulsa o dessemelhante. E esse movimento é considerado eterno, um ciclo constante no qual quando prevalece a harmonia é porque o Amor está atuando. Quando é a desarmonia ou desequilíbrio que prevalece (seja na política, na saúde, no emocional etc.) é porque o Ódio está atuando.
Com essa visão, Empédocles inaugura a forma “pluralista” de pensar a Natureza. Isso quer dizer que vários elementos são os constituintes da realidade, não apenas um, como pensavam os primeiros filósofos.
Procure conhecer o desenho animado “Capitão Planeta” bem como alguns filmes que falam sobre o quinto elemento ou quinta essência. Neles compreendemos o limite da matéria (os quatro elementos) na formação do nosso mundo humano e a necessidade de um outro elemento, superior, para guiar nossas ações.

Lógica de Aristóteles



Para Aristóteles, a lógica não é ciência e sim um instrumento (órganon) para o correto pensar. O objeto da lógica é o silogismo.
Silogismo nada mais é do que um argumento constituído de proposições das quais se infere (extrai) uma conclusão. Assim, não se trata de conferir valor de verdade ou falsidade às proposições (frases ou premissas dadas) nem à conclusão, mas apenas de observar a forma como foi constituído. É um raciocínio mediado que fornece o conhecimento de uma coisa a partir de outras coisas (buscando, pois, sua causa).
Em si mesmas, as proposições ou frases declarativas sobre a realidade, como juízo, devem seguir apenas três regras fundamentais.
1- Princípio de Identidade: A é A;
2- Princípio de não contradição: é impossível A é A e não-A ao mesmo tempo;
3- Princípio do terceiro excluído: A é x ou não-x, não há terceira possibilidade.
Dessa forma, o valor de verdade ou falsidade é conferido às proposições, pois são imediatamente evidenciados. No entanto, a lógica trabalha com argumentos.
As proposições classificam-se em:
Afirmativas: S é P;
Negativas: S não é P;
Universais: Todo S é P (afirmativa) ou Nenhum S é P (negativa);
Particulares: Alguns S são P (afirmativa) ou Alguns S não são P (negativa);
Singulares: Este S é P (afirmativa) ou Este S não é P (negativa);
Necessárias: quando o predicado está incluso no sujeito (Todo triângulo tem três lados);
Não necessárias ou impossíveis: o predicado jamais poderá ser atributo de um sujeito (Nenhum triângulo tem quatro lados);
Possíveis: o predicado pode ou não ser atributo (Todos os homens são justos).
O silogismo é composto de, no mínimo, duas proposições das quais é extraída uma conclusão. É necessário que entre as premissas (P) haja um termo que faça a mediação (termo médio sujeito de uma P1 e predicado da P2 ou vice-versa). Sua forma lógica é a seguinte:
A é B
Logo, B é C (sempre os termos maior e menor).
C é A
Observem que o termo médio é o termo A, que é sujeito numa frase e predicado na outra. Assim ele não aparece na conclusão, evidenciando que houve mediação e que a conclusão é, de fato, uma dedução ou inferência, isto é, ela é realmente extraída da relação entre as premissas.
A relação entre as proposições acontece da seguinte maneira:
  • Proposições Contraditórias: quando se diz que Todo S é P e Alguns S não são P ou Nenhum S é P e Alguns S são P
  • Proposições contrárias: quando se diz que Todo S é P e Nenhum S é P ou Alguns S são P e Alguns S não são P
  • Subalternas: quando se diz que Todo S é P e Alguns S são P ou Nenhum S é P e Alguns S não são P
O silogismo, portanto, é o estudo da correção (validade) ou incorreção (invalidade) dos argumentos encadeados segundo premissas das quais é licito se extrair uma conclusão. Sua validade depende da Forma e não da verdade ou falsidade das premissas. Desse modo, é possível distinguir argumentos bem feitos, formalmente válidos, dos falaciosos, ainda que a aparência nos induza a enganos. Por exemplo:
P1 - Todo homem é mortal (V)
P2 - Sócrates é homem (V)
C - Logo, Sócrates é mortal (V).
O argumento é válido não porque a conclusão é verdadeira, mas por estar no modelo formal:
A é B
Logo, B é C
C é A
Outro exemplo:
P1 – Todos os mamíferos são mortais (V)
P2 – Todos os cães são mortais (V)
C – Logo, todos os cães são mamíferos (V).
Ora, embora as premissas e a conclusão sejam verdadeiras, não houve inferência, já que por não estarem formalmente adequadas, as premissas não têm relação com a conclusão.
Formalmente o argumento é A é B
C é B
Logo, A é C, argumento falacioso, já que o termo médio não faz ligação entre os outros termos.
São várias as combinações, o importante é atentar para a forma. É dela que se pauta a lógica.

Ilíada de Homero e sua problemática teórica



A Ilíada é o texto da literatura universal que narra a famosíssima “Guerra de Troia” (Ílion = Troia). Embora bastante conhecido, muitas questões existem em torno da composição, historicidade e até mesmo da relação de tal texto com Homero. Há quem diga que o autor nem existiu, mas que, após séculos de narrativas isoladas, os cantos que compõem o texto tenham sido reunidos sob o nome de Homero, apenas para conferir uma identidade ou autenticidade que privilegia o princípio de autoridade. Ainda se duvida que a guerra tenha acontecido, mas a narrativa tem um fundo histórico, já que é possível a reconstrução de disputas territoriais que visavam à expansão dos gregos para áreas que possuíam jazidas de estanho.
Afora esses dados, a Ilíada tem uma intenção clara e definida: espelhar o modelo de homem a ser imitado pelo povo grego, além de fundar a coesão desse mesmo povo. O ideal de Belo e Bom guerreiro, encarnado no personagem Aquiles, evidencia a necessidade de infundir na mentalidade coletiva dos Aqueus (um dos povos que formam a cultura grega) um comportamento a ser imitado, um modelo de homem a ser seguido. Também a intenção desse artigo é tratar a obra sob o aspecto mitológico e não histórico. Vejamos como se desenvolve a fábula e o seu significado.
A guerra teve como motivo o rapto de Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta, por Páris Alexandre, príncipe de Troia. Esse rapto foi causado na verdade por influência da deusa Afrodite. Em uma disputa entre as deusas Hera, Atenas e Afrodite, para saber qual era a mais bela, Páris foi o juiz e escolheu Afrodite. Por ser a deusa do amor, ela ofereceu como retribuição o amor da mulher mais bela da Grécia: Helena. Em visita aos chefes espartanos, os troianos foram recebidos com muita hospitalidade. Mas a paixão fulminante que afetou Páris e Helena fez com que fugissem para Troia onde poderiam viver esse amor.
No entanto, essa ação traria desgraça e a queda de Troia, como já previa Cassandra, irmã de Páris e Heitor, todos filhos do grande rei troiano Príamo. Já no nascimento de Páris, uma previsão de que ele traria o fim de Troia fez com que seu pai o mandasse matar, mas, por uma série de desventuras, ele sobreviveu e voltou ao palácio real. Entretanto, o rapto de Helena fez com que o rei Menelau reclamasse sua esposa aos troianos, o que não ocorreu. Com a ofensa, Esparta buscou o apoio do restante da confederação de cidades-Estados gregas, lideradas pelo rei de Micenas, Agamemnon, que tinha ambições em relação ao território troiano. Aliando seus interesses, reuniram uma marinha incrivelmente numerosa para a guerra. Mas o grande diferencial era a participação do herói Aquiles.
Aquiles era filho de uma deusa, Tétis, com um mortal. Ao nascer, sua mãe, prevendo o futuro do filho, lançou-o às águas do mar Estige, que o tornaria imortal, segurando-o apenas pelo calcanhar, onde, veremos, ficou vulnerável. Já adulto, foi-lhe revelado que deveria escolher participar da guerra e morrer ou não ir à Troia e ter uma vida tranquila e longa. Sua aspiração era a de que seu nome como guerreiro ecoasse pela eternidade, mesmo que sua vida, dessa forma, fosse curta.
Aquiles também reunia em si as características do herói, como força, habilidade, velocidade. Em batalha era imbatível. Representava para os argivos (os soldados Aqueus) uma inspiração no campo de batalha.
Decidido a ir para a batalha, Aquiles juntou-se ao cerco de Troia. Ele tinha como discípulo o guerreiro Pátroclo, que combateu ao seu lado na guerra. No pano de fundo da guerra, os deuses favoreciam ora os gregos, ora os troianos. Vários nomes são destaque na batalha: Nestor, Odisseu, Ajax, Heitor.
O comandante Agamemnon capturou a bela Criseida, filha de Crisis e Pitonisa, do templo de Apolo. Aquiles se rebelou com essa prisão, pois estava encantado pela virgem. Com isso, decidiu se afastar da guerra, gerando milhares de baixas aos Aqueus. Afastado, ele permitiu que Pátroclo usasse sua armadura. No campo de batalha, o grande Heitor, príncipe de Troia, enfrentou-o e matou-o, acreditando se tratar de Aquiles. Sabendo disso, Aquiles procurou Heitor para um duelo no qual derrota a grande esperança dos troianos. O sábio rei Príamo lhe reclamou o corpo para os funerais num gesto bastante corajoso. Mas, ainda desmotivado pelo episódio de Criseida, Aquiles não voltou à batalha. Assim, os gregos sofreram revezes, já que não conseguiam penetrar na fortaleza de Troia em razão dos seus altos muros.
A batalha já durava 10 anos e, querendo voltar para casa, os soldados, já desanimados, sentiam o estigma da derrota. Até que o astuto Odisseu teve uma brilhante ideia: além de persuadir Aquiles a voltar para a batalha, ele propôs usar a madeira das naus para construir um cavalo gigantesco que seria oferecido aos troianos como presente dos deuses após a guerra. O Cavalo de Troia, que os troianos levaram para dentro de sua cidade, guardava no seu interior um batalhão de argivos que invadiram a cidade e abriram os portões para que a tropa grega pudesse adentrar e, com isso, derrotar os inimigos.
Nesse episódio final, os aqueus massacraram os troianos, incendiando a cidade, enquanto Menelau procurava incansavelmente por Helena, que fugira. Páris foi ferido e morto. Aquiles foi atingido no calcanhar direito (o vulnerável calcanhar de Aquiles) por uma flecha desferida por Filolectes e, assim, cumpriu o destino que os deuses lhe reservaram. Troia foi destruída, Agamemnon apossou-se da terra e, depois de muito tempo de procura, Menelau encontrou Helena, que, já tendo se casado uma outra vez, voltou para Esparta. Assim, os soldados puderam, depois da pilhagem, voltar a seus reinos.
É assim que entendemos a moral do mito: Helena (do grego ELLAS = Grécia) parece justamente contar a história do surgimento e da formação do povo grego. E a imagem que se quer transmitir é a do belo e do bom guerreiro, tal como Aquiles, que preferiu morrer e ser lembrado para sempre por causa de seus feitos, a viver uma vida longa e medíocre na paz dos campos de pastoreio.